Notícias da pracinha. Daquela pracinha que um dia foi pública, um espaço para todos, e que hoje , por vontade de poucos, está vetada para alguns. Daniel Santini, repórter do site G1, traz uma boa nova para esta segunda-feira:
http://g1.globo.com/Noticias/SaoPaulo/0,,MUL159289-5605,00.html
:)
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
Ao público o que é (e deveria se manter) público
Postado por Phydia de Athayde às 11:36 1 comentários
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
cartolagem.com.br
Semana passada eu acompanhei, bem de perto (do saguão do prédio, vejam só) uma reunião do Clube dos Treze, que vem a ser o grupo dos 20 clubes mais poderosos do futebol brasileiro. Cartolagem da pura, com tudo o que tem direito. A reportagem saiu na CartaCapital 467, de 24 de outubro, e está no site da revista, neste link:
http://www.cartacapital.com.br/edicoes/467/o-clube-dos-cinco
Pra quem conhece e pra quem quer saber um pouquinho de como funciona o mundo dos senhores que tomam conta do futebol, acho que é um bom retrato...
Postado por Phydia de Athayde às 16:19 1 comentários
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Tom Zé impagável
um ostracismo e quase encerrou sua carreira. Em 1990, o americano David Byrne, ao pesquisar world music, descobriu o baiano. Produziu, então, o CD The Best of Tom Zé: Massive Hits e lançou-o nos EUA. Seria o início da retomada artística de Tom Zé, em franca atividade e produção até hoje. No encarte desse CD, torna-se pública a explicação do que está na capa de Todos os Olhos.
Postado por Phydia de Athayde às 16:45 1 comentários
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
eita
...tem alguma coisa esquisita nesse blog. por alguma razão, ele não atende a todos os meus comandos para colocar parágrafo e pular linhas (exemplos no post abaixo). Daí que fica uma coisa meio desestruturada, sem eu querer. Eita.
Postado por Phydia de Athayde às 18:24 0 comentários
cães e lobos
Twister, Thunder, Maria, Max e Kika são os clientes do dia. Twister é um boxer que domina o quintal de casa. Quando os donos ousam invadir seu território, pula, baba, empurra, faz o diabo. O pastor de Shetland Thunder é o rei do apartamento. Dá chilique, morde e late quando a dona ousa ir ao banheiro ou tentar sair de casa sem ele. Maria, uma vira-lata, só faz o que quer, morde o bumbum da dona, pula, e ainda ganha mil carinhos.
TWISTER
No quintal do boxer Twister, a aula é com Henrique e Gabriela, irmãos em idade escolar. Uma primeira sessão, mais longa, com a família toda, aconteceu há uma semana. A lição número 1 do dia é entrar no quintal sem olhar nos olhos do cachorro. Em linguagem canina, evitar contato visual imediato significa superioridade. É quase impossível no começo, mas as crianças já conseguem. Twister fica louco, pula e late, como se dissesse: “Como assim, não estão me vendo?”
Na implantação do método, Karin usa petiscos caninos (biscoitos ou “bifinhos”) como ferramenta de persuasão. O cão só ganha se tiver o comportamento correto. Se errar, é ignorado. A alternância entre indiferença e prêmio dá resultado. Sem gritos, sem violência. Twister passa a obedecer. Anda junto, dá a pata, deita... A cada acerto, um biscoito. A cada erro, a indiferença e uma nova chance mais tarde. Twister é malandro, às vezes dá a pata sem ninguém ter pedido. Não ganha petisco.
THUNDER
MARIA
Postado por Phydia de Athayde às 18:07 1 comentários
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
antes que eu me esqueça
...eu nem percebi, mas já faz um ano que escrevi um outro texto, também chegando em casa, com uma sensação de urgência parecida à que iniciou este modesto blog (o primeiro post, lá nos arquivos, o mais antigo). Há um ano escrevi um e-mail para os meus amigos com o título de "Antes que eu me esqueça".
Não esqueci. E acho que faz bem colocá-lo aqui, direto de outubro de 2006:
"Agora que já estou em casa, que excepcionalmente dei duas voltas na chave da porta, tomei banho e passei hidratante no rosto, deixa eu contar o que acaba de me acontecer.
Todo dia, eu vou de volto metrô de casa para o trabalho. São quatro quarteirões íngremes, sobe e desce, anda e sobe, chegou. Passo sempre por um condomínio que ocupa todo um quarteirão. Pois bem. Faz menos de um mês que a cerca de grade com trepadeiras que contornava o condomínio foi substituída por um muro, de concreto, mais alto do que era a cerca.
Eu, que via de manhã o parquinho com as babás e crianças e à noite o pessoal jogando futebol na quadra ao lado do parquinho, de repente só vejo um muro. Me senti roubada. Tiraram as crianças, as babás, o futebolzinho, a vida. Só ficou o muro.
No terceiro dia de construção, apareceu uma placa "Arquiteta Fulana de Tal", com um número de telefone. Na hora liguei, do meu celular mesmo, andando mesmo. Perguntei o porquê do muro. Disse que com ele parece que agora eu tenho de passar ao lado de um presídio para chegar no metrô, que a rua ficou mais feia. Ela é simpática, diz que também mora no bairro e que lamenta por essa perda. Aí explica que o muro foi um pedido unânime dos moradores do condomínio, que ela nada pôde fazer contra isso. Parece que um homem "chegou a mostrar a genitália" para as crianças do playground numa manhã. Mesmo o condomínio tendo 36 câmeras e segurança 24 horas ao redor da cerca, essa foi a gota d'água. O clamor pelo muro foi unânime.
Pergunto a ela o que será dessas crianças que vão crescer achando que não existem seres humanos do lado de lá da parede de concreto. Como vai ser se elas só conhecerem a rua quando tiverem 13 anos. A conversa, daí em diante, já não avança. Fica o muro. Ficam os condôminos satisfeitos. Ficam as crianças sem saber que há vida a partir da calçada.
Hoje cedo, na ida para o trabalho, vejo que plantaram pinheirinhos do lado de fora do muro. Quem sabe a arquiteta tentou melhorar a aparência de presídio de seu grande trabalho arquitetônico.
Na volta do trabalho, lá está ele de novo, o muro. São mais de sete. Está escuro, garoa fraquinha. Reparo que acima do muro instalaram lanças de ferro. Agora sim, os condôminos deliraram. Sigo meu caminho para casa quando, meio baixinho, ouço um homem falar, atrás de mim, "Fica calma". Ao me virar, ele avança na minha direção e repete "fica calma", eu não diminuo meu passo e, acho que por instinto, vou para o meio da rua. Ele murmura coisas e essa altura já deu pra ver na mão esquerda dele, meio coberto pelo casaco, o revólver. "Não grita, eu só quero a bolsa". A bolsa? Tá maluco? Minha bolsa tem coisa demais, vale muito pra mim do que pra você, vai fazer o quê com isso? Está errado, eu sei, mas no relance, foi isso que pensei. E gritei "O que você quer? Quer dinheiro? Heeein?" Os dois no meio da rua. Eu ainda na direção de casa, ele na minha direção, sem me alcançar. Eu juro que daria o dinheiro, tinha 28 reais, mas pediria pra ficar com a agenda, os documentos. O celular se ele insistisse, também podia levar, enfim.
Ele "Não grita" e eu "Óóó!", e apontei pra calçada, gritando "Olha aí. O que que você quer?". Passava uma mulher, de iPod, nem aí pra gente. Mas ele viu a mulher e falou alto também "Eu só quero uma ajuda pra passagem. Só uma ajuda. Quero ir pra casa". Até franziu a sobrancelha o filho da puta. Eu "Heeein?" "Quer um passe?" Tudo berrado. Ele estendeu a mão, direita, que na esquerda estava o trabuco. Eu destaquei um passe de metrô, hoje mesmo tinha comprado 20 deles, e dei um pra ele. Bem de longe, pra ele não chegar perto de mim. Imediatamente ele mudou de rumo, em direção ao metrô, meio correndo e falou, berrado, "Obrigado. Deus lhe pague". E eu, já mais perto da mulher e longe dele, "O diabo que te carregue, filho da puta!".
Ah, que raiva. Não deu nem medo. A mulher do iPod, que pelo sotaque devia ser alguma gringa desavisada, quando entendeu o que aconteceu, disse o que tinha pra dizer: "Você não devia ter feito isso".
A conversa acabou. Nesse instante, olhei pro caminho que ainda faltava pra chegar em casa e, pela primeira vez em anos, me deu medo de estar ali. Eu estava bem no meio do quarteirão do condomínio. Murão pros dois lados. A garoa fraca e a escuridão, mais o muro, me pareceram assustadores. Pensei em chamar um taxi, mas ali não tinha como e pior seria ficar parada ou voltar para o lado do metrô. Segui para casa. Tensa, adrenada, puta. Muito puta. Muito puta porque o caminho que eu faço para voltar pra casa agora está uma beleza pra assaltinhos como esse.
Antes, a luz da quadra do condomínio iluminava a calçada. Eu via metade do corpo das pessoas jogando e ouvia os gritos do futebol, a derrapagem dos tênis no chão da quadra. Quando o cara falou "Não grita" e eu respondi gritando, eu estava olhando para o muro. Se o pessoal do futebol tivesse jogando, com certeza iria me ver. Aliás, o cara nunca iria me assaltar ali se aquele quarteirão não tivesse se transformado num pedaço tão sinistro da cidade. Ermo, escuro, de ninguém.
Entrando em casa, liguei para o 190. A musiquinha de espera avisa que há muitas ligações e que é preciso ser direto, em primeiro lugar dizer o local da emergência, depois a ocorrência em si. Pííí. Atende um homem. Eu digo, como quem fala a uma secretária eletrônica, pausado e claro, o que aconteceu, como, onde. "E como ele é?", "Mulato claro, magro, alto, com camisa clara e um casaco escuro. Calça jeans, se não me engano" "Vamos mandar uma patrulha para o local, senhora." Eu só lembro dos olhos dele. Frios. Determinados. Depois assustados. Depois espantosamente pedintes. E lembro da voz da arquiteta. E ainda não decidi se passo a ir de carro até o metrô, se passo a voltar de taxi ou se mudo o caminho, para mais longe, para evitar a minha rua. Eu queria a rua de volta, caramba."
OBS: Depois instalaram aqueles holofotes fortíssimos, que acendem quando alguém passa. Ô, coisa feia aquilo. Credo...
Postado por Phydia de Athayde às 22:47 2 comentários
um mês depois
Depois de um mês, em que estive de férias, volto ao blog. Pois é... relapso esse brogue, né? Eu sei, mas é assim que dá pra ser, por enquanto. O duro é que provavelmente só duas ou três pessoas (ou ninguém) continua entrando num blog que não se atualiza toda hora - e eu faria o mesmo. Aí que ninguém vai ler, enfim, mas não vou ficar chateada com isso.
Se eu for pensar em motivos pra ficar chateada, ligada a este blog está a tristíssima história da pracinha. Da proibição arbitrária do skate num lugar gostoso demais, feliz demais. ...Infelizmente, por enquanto não há boas notícias sobre isso. A única, se é que vale, talvez seja que eu não desisti de tentar reverter isso. Não merrrmo. Mas vamos com calma.
Postado por Phydia de Athayde às 22:36 0 comentários