sexta-feira, 30 de abril de 2010

90 minutos de horror

(texto originalmente publicado no jornal Brasil Econômico desta sexta-feira, 30/04/10, ou seja, escrito na quinta logo depois do jogo de ida...)


É o que me reserva a quarta-feira que vem. Tenho certeza. E começou cedo, já nesta quarta, e bem antes do primeiro jogo, quando eu e outros 50 mil torcedores cadastrados no programa de fidelidade do Corinthians passamos horas diante do computador na esperança ridícula de conseguir comprar ingresso para a partida de volta contra o Flamengo. O site não comportava o fluxo e ficou fora do ar (que surpresa todos os cadastrados quererem exercer seu direito de compra, não é mesmo?). Meu_suplício começou às 14h. Só consegui efetivar a compra às 20h06. Sacanagem.

Essa tarde perdida diz muito sobre o que aconteceria mais à noite — e sobre o que vai acontecer na quarta que vem. A minha cara de tacho para explicar que “veja bem, o programa Fiel Torcedor é até bom, só não está funcionando neste momento crucial para o qual foi criado” serve perfeitamente para falar do que se viu em campo, no Maracanã, depois do dilúvio do primeiro tempo.

Veja bem, corintiano, o time é até bom, só não está funcionando neste momento crucial para o qual foi criado. Dá pra ver daí o sorriso amarelo? Que é que eu vou dizer lá em casa se o meu time, que desde junho do ano passado está “guardando” o que tinha de bom pra usar agora, joga com um a mais e não chuta a gol decentemente nem uma vez sequer?

O jogo avançava e dava a impressão de que o gol do Timão estava “amadurecendo”, como se diz ridiculamente no futebol. Mas nunca aconteceu. Tomamos um, podíamos ter tomado mais. Eu assistia e ia afundando no sofá com o peso da certeza, como disse, que vêm aí mais 90 minutos de horror. Ou alguém acha que o Ronaldo vá reencontrar o fino da bola? Ou que o Mano terá coragem de barrá-lo? Ou que vá colocar o time na frente, para agredir de verdade? Mal posso esperar para me ver, argh!, torcendo para o Souza.

E, pior, o farei do Tobogã (longe do campo e atrás do gol, no Pacaembu). O farei num falso “caldeirão”, uma caçarola à paulista, onde cabem só 35 mil torcedores, onde é proibido entrar com bandeiras (“questão de segurança”, sussurra a SS), onde só é permitido... sorrir amarelo. Quero muito estar errada mas, ah, que saudades do Timão da Série B!


2 comentários:

Guilherme Colugnatti disse...

Esse Fiel Torcedor funcionou bem para o jogo Corinthians e Mirassol!

Eliane Scardovelli disse...

Pois é! Que saudade do timão da série B...